Clube de Santidade
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Jorge Müller, O Homem Que Literalmente Ousou Por em Prática o Evangelho
Jorge Müller, O Homem Que Literalmente Ousou Por em Prática o Evangelho
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Jorge Müller nasceu em 1805, de pais que não conheciam a Deus. Com a idade de dez anos, foi enviado a uma universidade, a fim de preparar-se para pregar o Evangelho, não, porém, com o alvo de servir a Deus, mas para ter uma vida cômoda. Gastou esses primeiros anos de estudo nos mais desenfreados vícios, chegando, certa vez, a ser preso por vinte e quatro dias. Jorge, uma vez solto, esforçava-se nos estudos, levantando-se às quatro da manhã e estudando o dia inteiro até as dez da noite. Tudo isso, porém, ele fazia para alcançar uma vida descansada de pregador.
Aos vinte anos de idade, contudo, houve uma completa transformação na vida desse moço. Assistiu a um culto onde os crentes, de joelhos, pediam que Deus fizesse cair sua bênção sobre a reunião. Nunca se esqueceu desse culto, em que viu, pela primeira vez, crentes orando ajoelhados; ficou profundamente comovido com o ambiente espiritual a ponto de buscar também a presença de Deus, costume esse que não abandonou durante o resto da vida.
Foi nesses dias, depois de sentir-se chamado para ser missionário, que passou dois meses hospedado no famoso orfanato de A. H. Frank. Apesar de esse fervoroso servo de Deus, o senhor Frank, ter morrido quase cem anos antes (em 1727), o seu orfanato continuava a funcionar com as mesmas regras de confiar inteiramente em Deus para todo o sustento. Mais ou menos ao mesmo tempo em que Jorge Müller hospedou-se no orfanato, um certo dentista, o senhor Graves, abandonou as Suas atividades que lhe davam um salário de 7.500 dólares por ano, a fim de ser missionário na Pérsia, confiando só nas promessas de Deus para suprir todo o seu sustento. Foi assim que Jorge Müller, o novo pregador, recebeu nessa visita a inspiração que o levou mais tarde a fundar seu orfanato sobre os mesmos princípios.
Logo depois de abandonar sua vida de vícios, para andar com Deus, chegou a reconhecer o erro, mais ou menos universal, de ler muito acerca da Bíblia e quase nada da Bíblia. Esse livro tornou-se a fonte de toda a sua inspiração e o segredo do seu maravilhoso crescimento espiritual. Ele mesmo escreveu: “O Senhor me ajudou a abandonar os comentários e a usar a simples leitura da Palavra de Deus como meditação. O resultado foi que, quando, a primeira noite, fechei a porta do meu quarto para orar e meditar sobre as Escrituras, aprendi mais em poucas horas do que antes durante alguns meses.” E acrescentou: “A maior diferença, porém, foi que recebi, assim, força verdadeira para a minha alma”. Antes de falecer, disse que lera a Bíblia inteira cerca de duzentas vezes; cem vezes o fez estando de joelhos.
Quando estava ainda no seminário, nos cultos domésticos de noite com os outros alunos, frequentemente continuou orando até a meia-noite. De manhã, ao acordar, chamava-os de novo para a oração, às seis horas.
Certo pregador, pouco tempo antes da morte de Jorge Müller, perguntou-lhe se orava muito. A resposta foi esta: “Algumas horas todos os dias. E ainda, vivo no espírito de oração; oro enquanto ando, enquanto deitado e quando me levanto. Estou constantemente recebendo respostas. Uma vez persuadido de que certa coisa é justa, continuo a orar até a receber. Nunca deixo de orar!… Milhares de almas têm sido salvas em respostas às minhas orações… Espero encontrar dezenas de milhares delas rio Céu… O grande ponto é nunca cansar de orar antes de receber a resposta. Tenho orado 52 anos, diariamente, por dois homens, filhos dum amigo da minha mocidade. Não são ainda convertidos, porém, espero que o venham a ser. – Como pode ser de outra forma? Há promessas inabaláveis de Deus e sobre elas eu descanso”.
Não muito antes de seu casamento, não se sentia bem com o costume de salário fixo, preferindo confiar em Deus em vez de confiar nas promessas dos irmãos. Deu sobre isso as três seguintes razões:
1) “Um salário significa uma importância designada, geralmente adquirida do aluguel dos bancos. Mas a vontade de Deus não é alugar bancos (Tiago 2.1-6)”.
2) “O preço fixo dum assento na igreja, às vezes, é pesado demais para alguns filhos de Deus e não quero colocar o menor obstáculo no caminho do progresso espiritual da igreja”.
3) “Toda a ideia de alugar os assentos e ter salário torna-se tropeço para o pregador, levando-o a trabalhar mais pelo dinheiro do que por razões espirituais”.
Jorge Müller achava quase impossível ajuntar e guardar dinheiro para qualquer imprevisto, e não ir direto a Deus. Assim o crente confia no dinheiro em caixa, em vez de confiar em Deus.
Um mês depois de seu casamento, colocou uma caixa no salão de cultos e anunciou que podiam deitar lá as ofertas para o seu sustento e que, daí em diante, não pediria mais nada, nem a seus amados irmãos; porque, como ele disse, “Sem me aperceber, tenho sido levado a confiar no braço de carne, mas o melhor é ir diretamente ao Senhor”O primeiro ano findou com grande triunfo e Jorge Müller disse aos irmãos que, apesar da pouca fé ao começar, o Senhor tinha ricamente suprido todas as suas necessidades materiais e, o que foi ainda mais importante, tinha-lhe concedido o privilégio de ser um instrumento na sua obra.
O ano seguinte foi, porém, de grande provação, porque muitas vezes não lhe restava nem um xelim. E Jorge Müller acrescenta que no momento próprio a sua fé sempre foi recompensada com a chegada de dinheiro ou alimentos.
Certo dia, quando só restavam oito xelins, Müller pediu ao Senhor que lhe desse dinheiro. Esperou muitas horas sem qualquer resposta. Então chegou uma senhora e perguntou: – “O irmão precisa de dinheiro?” Foi uma grande prova da sua fé, porém, o pastor respondeu: – “Minha irmã, eu disse aos irmãos, quando abandonei meu salário, que só informaria o Senhor a respeito das minhas necessidades”. – “Mas”, respondeu a senhora, “Ele me disse que eu lhe desse isto”, e colocou 42 xelins na mão do pregador.
Outra vez passaram-se três dias sem terem dinheiro em casa e foram fortemente assaltados pelo Diabo, a ponto de quase resolverem que tinham errado em aceitar a doutrina de fé nesse sentido. Quando, porém, voltou ao seu quarto achou 40 xelins que uma irmã deixara. E ele acrescentou então: “Assim triunfou o Senhor e nossa fé foi fortalecida”.
Antes de findar o ano, acharam-se de novo inteiramente sem dinheiro, num dia em que tinham de pagar o aluguel. Pediram a Deus e o dinheiro foi enviado. Nessa ocasião, Jorge Müller fez para si a seguinte regra da qual nunca mais se desviou: “Não nos endividaremos, porque achamos que tal coisa não é bíblica (Romanos 13.8), e assim não teremos contas a pagar. Somente compraremos o que pudermos, tendo o dinheiro em mãos, assim sempre saberemos quanto realmente possuímos e quanto temos o direito de gastar”.
Deus, assim, gradualmente treinava o novo pregador a confiar nas suas promessas. Estava tão certo da fidelidade das promessas da Bíblia, que não se desviou, durante os longos anos da sua obra no orfanato, da resolução de não pedir ao próximo, e de não se endividar.
Um outro segredo que o levou a alcançar tão grande bênção de confiarem Deus, foi a sua resolução de usar o dinheiro que recebia somente para o fim a que fora destinado. Essa regra nunca infringiu, nem para tomar emprestado de tais fundos, apesar de se ter achado milhares de vezes face a face com as maiores necessidades.
Nesses dias, quando começou a provar as promessas de Deus, ficou comovido pelo estado dos órfãos e pobres crianças que encontrava nas ruas. Ajuntou algumas dessas crianças para comer consigo às oito horas da manhã e a seguir, durante uma hora e meia, ensinava-lhes as Escrituras. A obra aumentou rapidamente. Quanto mais crescia o número para comer, tanto mais recebia para alimentá-las até se achar cuidando de trinta a quarenta menores.
Ao mesmo tempo, Jorge Müller fundou a Junta para o Conhecimento das Escrituras na Nação e no Estrangeiro. O alvo era: 1) Auxiliar as escolas bíblicas e as escolas dominicais. 2) Espalhar as Escrituras. 3) Aumentar a obra missionária. Não é necessário acrescentar que tudo foi feito com a mesma resolução de não se endividar, mas sempre pedir a Deus, em secreto, todo o necessário.
Certa noite, quando lia a Bíblia, ficou profundamente impressionado com as palavras: “Abre bem a tua boca, e ta encherei” (Salmo 81.10). Foi levado a aplicar essas palavras ao orfanato, sendo-lhe dada a fé de pedir mil libras ao Senhor; também pediu que Deus levantasse irmãos com qualificação para cuidar das crianças. Desde aquele momento, esse texto (Salmo 81.10), serviu-lhe como lema e a promessa se tornou em poder que determinou todo o curso da sua vida.
Deus não demorou muito a dar a sua aprovação de alugar uma casa para os órfãos. Foi apenas dois dias depois de começar a pedir, que ele escreveu no seu diário: “Hoje recebi o primeiro xelim para a casa dos órfãos”.
Quatro dias depois foi recebida a primeira contribuição de móveis: um guarda-roupa; e uma irmã ofereceu dar seus serviços para cuidar dos órfãos. Jorge Müller escreveu naquele dia que estava alegre no Senhor e confiante em que Ele ia completar tudo.
No dia seguinte, Jorge Müller recebeu uma carta com estas palavras: “Oferecemo-nos para o serviço do orfanato, se o irmão achar que temos as qualificações. Oferecemos também todos os móveis, etc, que o Senhor nos tem dado. Faremos tudo isto sem qualquer salário, crendo que, se for a vontade do Senhor usar-nos, Ele suprirá todas as nossas necessidades”. Desde aquele dia, nunca faltaram, no orfanato, auxiliares alegres e devotados, apesar de a obra aumentar mais depressa do que Jorge Müller esperava.
Três meses depois, foi que conseguiu alugar uma grande casa e anunciou a data da inauguração do orfanato para o sexo feminino. No dia da inauguração, porém, ficou desapontado: nenhuma órfã foi recebida. Somente depois de chegar a casa é que se lembrou de que não as tinha pedido. Naquela noite humilhou-se rogando a Deus o que anelava. Ganhou a vitória de novo, pois veio uma órfã no dia seguinte. Quarenta e duas pediram entrada antes de findar o mês, e já havia vinte e seis no orfanato.
Durante o ano, houve grandes e repetidas provas de fé. Aparece, por exemplo, no seu diário: “Sentindo grande necessidade ontem de manhã, fui dirigido a pedir com insistência a Deus e, em resposta, à tarde, um irmão deu-me dez libras”. Muitos anos antes da sua morte, afirmou que, até aquela data, tinha recebido da mesma forma 5.000 vezes a resposta, sempre no mesmo dia em que fazia o pedido.
Era seu costume, e recomendava também aos irmãos, guardar um livro. Numa página assentava seu pedido com a data e no lado oposto a data em que recebera a resposta. Dessa maneira, foi levado a desejar respostas concretas aos seus pedidos e não havia dúvida acerca dessas respostas.
Com o aumento do orfanato e do serviço de pastorear os quatrocentos membros de sua igreja, Jorge Müller achou-se demasiadamente ocupado para orar. Foi nesse tempo que chegou a reconhecer que o crente podia fazer mais em quatro horas, depois de uma em oração, do que em cinco sem oração. Essa regra ele a observou fielmente durante 60 anos.Quando alugou a segunda casa, para os órfãos de sexo masculino, disse: “Ao orar, estava lembrado de que pedia a Deus o que parecia impossível receber dos irmãos, mas que não era demasiado para o Senhor conceder”. Ele orava com noventa pessoas sentadas às mesas: “Senhor, olha para as necessidades de teu servo…” Essa foi uma oração a que Deus abundantemente respondeu. Antes de morrer, testificou que, pela fé, alimentava 2.000 órfãos, e nenhuma refeição se fez com atraso de mais de trinta minutos.
Muitas pessoas perguntavam a Jorge Müller como conseguia ele saber a vontade de Deus, pois não fazia nada sem primeiro ter a certeza de ser da vontade do Senhor. Ele respondia:
1) “Procuro manter o coração em tal estado que ele não tenha qualquer vontade própria no caso. De dez problemas, já temos a solução de nove, quando conseguimos ter um coração entregue para fazer a vontade do Senhor, seja essa qual for. Quando chegamos verdadeiramente a tal ponto, estamos, quase sempre, perto de saber qual é a sua vontade.
2) “Tenho o coração entregue para fazer a vontade do Senhor, não deixo o resultado ao mero sentimento ou a uma simples impressão. Se o faço, fico sujeito a grandes enganos.
3) “Procuro a vontade do Espírito de Deus por meio da sua Palavra. É essencial que o Espírito e a Palavra acompanhem um ao outro. Se eu olhar para o Espírito, sem a Palavra, fico sujeito, também, a grandes ilusões.
4) “Depois considero as circunstâncias providenciais. Essas, ao lado da Palavra de Deus e do seu Espírito, indicam claramente a sua vontade.
5) “Peço a Deus em oração que me revele sua própria vontade.
6) “Assim, depois de orar a Deus, estudar a Palavra e refletir, chego à melhor resolução deliberada que posso com a minha capacidade e conhecimento; se eu continuar a sentir paz, no caso, depois de duas ou três petições mais, sigo conforme essa direção. Nos casos mínimos e nas transações da maior responsabilidade, sempre acho esse método eficiente”.Jorge Müller, três anos antes da sua morte, escreveu: “Não me lembro, em toda a minha vida de crente, num período de 69 anos, de que eu jamais buscasse, sinceramente e com paciência, saber a vontade de Deus pelo ensinamento do Espírito Santo por intermédio da Palavra de Deus, e que não fosse guiado certo. Se me faltava, porém,sinceramente de coração e pureza perante Deus, ou se eu não olhava para Deus, compaciência pela direção, ou se eu preferia o conselho do próximo ao da Palavra do Deus vivo, então errava gravemente”.
Sua confiança no “Pai dos órfãos” era tal, que nem uma só vez recusou aceitar crianças no orfanato. Quando lhe perguntavam porque assumira o encargo do orfanato, respondeu que não fora apenas para alimentar os órfãos material e espiritualmente, mas “o primeiro objetivo básico do orfanato era – afirmava -, e ainda é, que Deus seja magnificado pelo fato de que os órfãos sob os meus cuidados foram e estão sendo supridos de todo o necessário, somente por oração e fé, sem eu nem meus companheiros de trabalho pedirmos ao próximo; por isso mesmo se pode ver que Deus continua fiel e ainda responde às nossas orações”.
Em resposta a muitos que queriam saber como o crente pode adquirir tão grande fé, deu as seguintes regras:
1) Lendo a Bíblia e meditando sobre o texto lido, chega-se a conhecer a Deus, por meio de oração.
2) Procurar manter um coração íntegro e uma boa consciência.
3) Se desejamos que a nossa fé cresça, não devemos evitar aquilo que a prove e por meio do que ela seja fortalecida.
“Ainda mais um ponto: para que a nossa fé se fortaleça, é necessário que deixemos Deus agir por nós ao chegar a hora da provação, e não procurar a nossa própria libertação.
“Se o crente desejar grande fé, deve dar tempo para Deus trabalhar.”
Os cinco prédios construídos de pedras lavradas e situados em Ashley Hill, Bristol, Inglaterra, com 1.700 janelas e lugar para acomodar mais de 2.000 pessoas, são testemunhas atuais dessa grande fé de que ele escreveu.
Cada uma dessas dádivas (devemo-nos lembrar) Jorge Müller lutou com Deus em oração para obter; orou com alvo certo e com perseverança, e Deus lhe respondeu.
São de Jorge Müller estas palavras: “Muitas repetidas vezes tenho-me encontrado em posição muito difícil, não só com 2.000 pessoas comendo diariamente às mesas, mas também com a obrigação de atender a todas as demais despesas, estando a nossa caixa com os fundos esgotados. Havia ainda 189 missionários para sustentar, cerca de 100 colégios com mais ou menos 9.000 alunos, além de 4.000.000 de tratados para distribuir, tudo sob nossa responsabilidade, sem que houvesse dinheiro em caixa para as despesas”.
Certa vez o doutor A. T. Pierson foi hóspede de Jorge Müller no seu orfanato. Uma noite, depois que todos se deitaram, Jorge Müller o chamou para orar dizendo que não havia coisa alguma em casa para comer. O doutor Pierson quis lembrar-lhe que o comércio estava fechado, mas Jorge Müller bem sabia disso. Depois da oração deitaram-se, dormiram e, ao amanhecer, a alimentação já estava suprida e em abundância para 2.000 crianças. Nem o doutor Pierson, nem Jorge Müller chegaram a saber como a alimentação foi suprida. A história foi contada naquela manhã, ao senhor Simão Short, sob a promessa de guardá-la em segredo até o dia da morte do benfeitor. O Senhor despertara essa pessoa do sono, à noite, e mandara que levasse alimentos suficientes para suprir o orfanato durante um mês. E isso sem a pessoa saber coisa alguma da oração de Jorge Müller e do doutor Pierson!
Com a idade de 69 anos Jorge Müller iniciou suas viagens, nas quais pregou centenas de vezes em quarenta e duas nações, a mais de três milhões de pessoas. Recebeu, em resposta às suas orações, tudo de Deus para pagar as grandes despesas. Mais tarde, ele escreveu: “Digo com razão: Creio que eu não fui dirigido a nenhum lugar onde não houvesse prova evidente de que o Senhor me mandara para lá”. Ele não fez essas viagens com o plano de solicitar dinheiro para a junta; não recebeu o suficiente nem para as despesas de doze horas da junta. Segundo as suas palavras, o alvo era “que eu pudesse, por minha experiência e conhecimento das coisas divinas, comunicar uma bênção aos crentes… e que eu pudesse pregar o Evangelho aos que não conheciam o Senhor”.
Assim escreveu ele sobre um seu problema espiritual: “Sinto constantemente a minha necessidade… Nada posso fazer sozinho, sem cair nas garras de Satanás. O orgulho, a incredulidade ou outros pecados me levariam à ruína. Sozinho não permaneço firme um momento. Que nenhum leitor pense que devido à minha dedicação, eu não me possa ‘inchar’ ou me orgulhar, ou que eu não possa descrer de Deus!”
O estimado evangelista, Carlos Inglis, contou a respeito de Jorge Müller:
“Quando vim pela primeira vez à América, faz trinta e um anos, o comandante do navio era devoto tal que jamais conheci. Quando nos aproximamos da Terra Nova, ele me disse: ‘Sr. Inglis, a última vez que passei aqui, há cinco semanas, aconteceu uma coisa tão extraordinária que foi a causa de uma transformação de toda a minha vida de crente. Até aquele tempo eu era um crente comum. Havia a bordo conosco um homem de Deus, o senhor Jorge Müller, de Bristol. Eu tinha passado 22 horas sem me afastar da ponte de comando, nem por um momento, quando fui assustado por alguém que me tocou no ombro. Era o senhor Jorge Müller. Houve, então, entre nós o seguinte diálogo:
– Comandante – disse o senhor Müller, – vim dizer-lhe que tenho de estar em Quebec no sábado, à tarde.
Era quarta-feira.
– Impossível – respondi.
– Pois bem, se seu navio não pode levar-me, Deus achará outro meio de transporte. Durante 57 anos nunca deixei de estar no lugar à hora em que me achava comprometido.
– Teria muito prazer em ajudá-lo, mas o que posso fazer? – Não há meios!
– Vamos aqui dentro para orar – sugeriu.
Olhei para aquele homem e disse a mim mesmo: ‘De qual casa de doidos escapou este?’ Nunca eu ouvira alguém falar desse modo.
– Sr. Müller, o senhor vê como é espessa esta neblina.
– Não – respondeu ele – os meus olhos não estão na neblina, mas no Deus vivo que governa todas as circunstâncias da minha vida.
O senhor Müller caiu de joelhos e orou da forma mais simples possível. Eu pensei: ‘É uma oração como a de uma criança de oito ou nove anos’. Foi mais ou menos assim que ele orou: ‘Ó Senhor, se for da tua vontade, retira esta neblina dentro de cinco minutos. Sabes como me comprometi a estar em Quebec no sábado. Creio ser isso a tua vontade.”
Quando findou, eu queria orar também, mas o senhor Müller pôs a sua mão no meu ombro e pediu que não o fizesse, dizendo:
– Comandante, primeiro o senhor não crê que Deus faça isso, e, em segundo lugar, eu creio que Ele já o fez. Não há, pois, qualquer necessidade de o senhor orar nesse sentido. Conheço, comandante, o meu Senhor há cinqüenta e sete anos e não há dia em que eu não tenha audiência com Ele. Levante-se, por favor, abra a porta e verá que a neblina já desapareceu.
Levantei-me, olhei, e a neblina havia desaparecido. No sábado, à tarde, Jorge Müller estava em Quebec.'”
Para o ajudar a levar a carga dos orfanatos e a apropriar-se das promessas de Deus em oração, lado a lado com ele, Jorge Müller tinha consigo, havia quase quarenta anos, uma esposa sempre fiel. Quando ela faleceu, milhares de pessoas assistiram ao seu enterro, das quais cerca de 1.200 eram órfãos. Ele mesmo, fortalecido pelo Senhor, conforme confessou, dirigiu os cultos fúnebres no templo e no cemitério.
Com a idade de 90 anos pregou o sermão fúnebre da segunda esposa, como o fizera na morte da primeira. Uma pessoa que assistiu a esse enterro, assim se expressou: -“Tive o privilégio, sexta-feira, de assistir ao enterro da senhora Müller… e presenciar um culto simples, que foi, talvez, pelas suas peculiaridades, o único na história do mundo: Um venerável patriarca preside ao culto do início ao fim. Com a idade de noventa anos, permanece ainda cheio daquela grande fé que o tem habilitado a alcançar tanto, e que o tem sustentado em emergência, problemas e trabalhos duma longa vida…”
No ano de 1898, com a idade de noventa e três anos, na última noite antes de partir para estar com Cristo, sem mostrar sinal de diminuição de suas forças físicas, deitou-se como de costume. Na manhã do dia seguinte foi “chamado”, na expressão de um amigo ao receber as notícias que assim explicam a partida: “O querido ancião Müller desapareceu de nosso meio para o Lar, quando o Mestre abriu a porta e o chamou ternamente, dizendo: ‘Vem!'”
Os jornais publicaram, meio século depois da sua morte, a seguinte notícia: “O orfanato de Jorge Müller, em Bristol, permanece como uma das maravilhas do mundo. Desde a sua fundação, em 1836, a cifra que Deus tem concedido, unicamente em resposta às orações, sobe a mais de vinte milhões de dólares e o número de órfãos ascende a 19.935. Apesar de os vidros de cerca de 400 janelas terem sido partidos recentemente por bombas (na segunda guerra mundial), nenhuma criança e nenhum auxiliar foi ferido”.
Fonte: O livro, “Herois da Fé” de Orlando Boyer
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
DOM E DONS DO ESPÍRITO SANTO.
Neste capítulo vamos ver a respeito do Espírito Santo e da necessidade de viver sob o seu controle. Ele é o nosso Ajudador, Consolador, Conselheiro, Advogado, enfim, é a presença constante de Jesus Cristo em nossa vida. Vermos abaixo um resumo da atuação do Espírito Santo de Deus:-
1. Quem é o Espírito Santo?
O Espírito Santo é uma das pessoas da trindade, composta pelo Pai, Filho e Espírito Santo. Ele aparece também na criação do mundo (Gênesis 1.2). No Velho Testamento o vemos capacitando pessoas para determinadas obras. Exemplos:- Em números 11.16 e 16 são capacitados os setenta homens de Moisés; em I Samuel 16. 13 e 14 o Espírito Santo capacita a Davi como rei e se retira de Saul. Ainda no Velho Testamento é prometido a todos os que cressem em Jesus - Joel 2.28.
2. Ele age na nossa salvação.
A nossa salvação é fruto da ação do Espírito Santo em nossos corações. Ao nascermos de novo (João 3.6) recebemos o selo do Espírito como penhor (garantia) em nossos corações (II Coríntios 1.22). Satanás não poderá tocar em nosso espírito.
3. Possuídos pelo Espírito Santo.
Quando nascemos de novo passamos a ter o Espírito Santo em nós, este é o primeiro passo na vida cristã. O segundo passo é o batismo nas águas e o terceiro, o enchimento, o batismo no Espírito Santo (Atos 2.38), podendo em algumas vezes o ser cheio do Espírito Santo anteceder o batismo nas águas.
O início da Igreja ocorreu no dia de Pentecostes, quando cerca de 120 discípulos ficaram reunidos em Jerusalém, no cenáculo (pavimento superior de uma casa), por 10 dias, obedecendo a ordem de Jesus (Atos 1.4). Durante 10 dias ficaram juntos em comunhão e oração, e, após aprenderem a viver numa comunhão fortalecida pela oração, foi derramado sobre eles o Espírito Santo prometido. Encheram-se do poder de Deus, falaram em outras línguas (glossolalia), tornaram-se corajosos, foram capacitados para a grande obra de evangelização do mundo. Passaram a ser possuídos pelo Espírito Santo. O mesmo Espírito que moveu o ministério de Jesus, passou a mover os 120 naquele dia, e a todos os que buscaram esse enchimento pela História da Igreja, chegando até nós hoje e continuando até o arrebatamento da Igreja. O Espírito Santo sempre fez e continua a fazer a diferença em nossas vidas.
Não nos bastam os talentos natos ou adquiridos, o que é muito bom. Precisamos entregá-los ao Senhor. Através da unção plena do Espírito somos usados em um ministério poderoso.
4. Recebendo o enchimento do Espírito Santo.
Dunamis é o termo usado no original grego para designar o poder do Espírito Santo na vida da Igreja. Desse termo vem para a nossa língua, o português, as palavras dínamo – gerador de energia – e dinamite – artefato de grande poder explosivo. Do uso ou não desse poder resulta em nossas vidas a quantidade e qualidade dos frutos. Tomando a força do dunamis podemos exemplificar: Um grupo de pessoas está construindo um túnel com ferramentas manuais e encontra no caminho uma grande pedreira, se continuarem com as pás e picaretas o serviço além de demandar um grande tempo, ainda será exaustivo. O melhor caminho é fazer uso de explosivos (dinamite) e de máquinas perfuratrizes ligadas a uma fonte de energia (gerador). Assim também ocorre em nossa vida espiritual; enquanto usamos nossas próprias energias nada será produzido, se fizermos uso apenas de uma ou duas ferramentas espirituais, pouco será produzido; mas quando usamos tudo aquilo que o Senhor tem para nós, permitindo que sejamos usamos completamente pelo poder do Espírito do Senhor, então nossa obra será abundante.
O dom, o poder do Espírito Santo é para as pessoas salvas, que desejam ardentemente viver uma vida submissa e controlada pelo Espírito. O Dom do Espírito é para todos os crentes que desejam revestir-se de uma vida de poder. Os grandes homens de Deus que mudaram a história receberam um enchimento especial do Espírito Santo. Homens como João Wesley, Moody, Finnei e outros agiram no poder do Espírito.
Embora não exista uma fórmula para ministração do dom do Espírito Santo, o modo mais comum encontrado no livro de Atos é o de imposição de mãos mediante oração. Exemplos:- Em Samaria - Atos 8. 14 a 17, com Paulo - Atos 9.17, aos doze de Éfeso - Atos 19.6.
Juntamente com o Dom do Espírito são recebidos os dons do Espírito. Durante o nosso ministério temos presenciado muitas pessoas recebendo o enchimento do Espírito de diversas formas: algumas pessoas em pé caindo ao chão sob o poder do Alto, outras chorando, outras rindo, outras gritando de alegria, ainda outras ficando em silêncio profundo, outras apenas balbuciando; mas todas recebendo um dom espiritual, a maioria no momento, outras após alguns dias. Também não há padrão de local, pois muitos recebem nos cultos de celebração, em reuniões de oração, em reuniões de estudos. Ultimamente temos visto pessoas sendo cheias do Espírito e recebendo dons do Espírito nas reuniões dos grupos pequenos ou células.
Ivo Gomes do Prado - Pr. de área.
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
"MAIS PERTO QUERO ESTAR": A HISTÓRIA DO HINO DE SARAH FLOWER ADAMS
Os autores
Sarah Flower Adams
Sarah Fuller Flower Adams nasceu em 22 de fevereiro de 1805, na Inglaterra, em Old Harlow. Filha de Benjamin Flower e de Eliza Gould, é a filha mais nova. Teve como irmã a compositora Eliza Flower.
Em 1827, após a morte de seu pai, Benjamin, ela passa a morar com uma família, do Reverendo William Fox, onde se torna colaboradora de uma publicação chamada Monthly repository
Em 1834 casou-se com William Bridges Adams, que era engenheiro ferroviário. Na época, moravam em Loughton – onde, até hoje, há uma placa homenageando o casal.
Já desde cedo Sarah desenvolvia talentos para a composição e poesia. Em 1841 ela cria o seu maior trabalho, que é um dramático poema chamado “Vivia Perpetua”, que teve como tema a vida dos primeiros cristãos. Outro trabalho conhecidíssimo é “He sendeth sun, he sendeth shower”. Muitos dos hinos criados por ela foram musicados por Eliza, sua irmã. Nota-se que, diferente de muitos autores, ela não tinha o foco apenas na autoria de músicas, mas também de poemas, dramas e outros textos literários.
Infelizmente, devido a uma tuberculose, Sarah faleceu nova, com apenas 43 anos de idade, em agosto de 1848, na mesma cidade de Harlow. Todos aqueles que conheceram Sarah a consideravam uma mulher de beleza singular, de atratividade, uma verdadeira mulher “feminina”, com mente elevada e de alto astral.
Lowell Mason
Lowell nasceu em Medfield, nos Estados Unidos, em 8 de janeiro de 1792.
Um dos mais importantes nomes da música cristã internacional, compôs mais de, pasmem, mil e seiscentas músicas para os hinos, muitos até hoje cantados. Além disso, criou músicas conhecidas como “Mary had a little lamb". Também foi o pioneiro educador musical nas escolas americanas.
Aos 17 anos tornou-se diretor de uma escola de música em sua cidade natal. Tempos depois se muda para Savannah, onde ele trabalhou, inicialmente, num armazém, depois em um banco. Mas como a música pulsava forte nele, em pouco tempo estuda música com um professor alemão, e, então, passa a frequentar a Igreja Presbiteriana Independente, onde foi diretor do coral, organista e criador da primeira Escola Bíblia Dominical para crianças negras.
Em 1827 muda-se para Boston, onde, seis anos mais tarde, ajuda a criar a Academia de Música de Boston, Lá ficou até 1845.
Com 59 anos muda-se para Nova York, onde seus filhos passaram a ter um negócio na área da música. Teve uma passagem rápida pela Europa, em 1852. Mas voltou para a cidade norte-americana. Em 1860 muda-se para Orange, onde fica lá até o dia de sua morte, em agosto de 1872.
O hino
É interessante salientar que, durante muitos anos, apenas os homens escreviam hinos. Entretanto, aos poucos as mulheres também começaram a usar o dom de criar poesias e criaram muitos hinos, até hoje cantados. Mas algo que me desperta atenção é que esse é um dos mais antigos hinos dos nossos hinários, como a Harpa Cristã, o Cantor Cristão, o da Igreja Adventista, o da Igreja Presbiteriana, o da Congregação Cristã, entre outros.
Sarah e Eliza criaram várias músicas e poemas juntas. Foram aproximadamente 13 letras e 69 melodias criadas por elas para um hinário que o Rev. William Fox estava criando.
Um dia, nos idos de 1841, William pede pra que elas criassem um hino para acompanhar o sermão sobre Esaú e Jacó. Com isso, Sarah decide estudar a Bíblia, na história relatada em Gênesis 28, sobre o sonho de Jacó. E esse texto a impressionou muito. Durante uma viagem, Jacó adormeceu, na cidade de Betel, e resolveu deitar-se sobre algumas pedras, enquanto o sol se punha. Ele, então, sonha com uma grande estrada, como uma escada, cujo topo alcançava os céus. Nela, ele podia ver anjos subindo e descendo por ela. No alto desse caminho estava o Senhor, prometendo bênçãos a Jacó e sua família.
Não só o texto literal, mas também as várias figuras de linguagem foram usadas como base para Sarah escrever a canção. Como no verso dois da canção, que diz “andando triste aqui, na solidão, paz e descanso a mim, os teus braços dão”. Quando, no dia seguinte, Jacó acorda e constrói um altar ao Senhor, como um lugar para que possamos derramar nossa vida e nossas ofertas, temos refletido no hino em seu verso 4, onde diz que “Minhas aflições deixarei ali”. Muitos também falam que a cruz, citada na primeira estrofe, se refere às suas dificuldades físicas, que limitaram muitas de suas ambições.
A música, embora tenha sido inicialmente criada por Eliza, tornou-se mundialmente conhecida quando Lowell cria a melodia chamada de Bethany. Composta em 1856, foi publicada a primeira vez três anos mais tarde. Entretanto, o compasso não estava bom, estava irregular. Um dia, após ficar várias horas acordado pela noite, uma melodia vem em mente, o que faz ele escrever a mesma no dia seguinte. Muitos veem semelhança com a melodia de Oft in the stilly night.
As experiências
Sei que você que está lendo é, provavelmente, cristão. Mas até mesmo os não cristãos já ouviram falar desse hino, por causa de um dos mais famosos filmes da história do cinema mundial. Foi no mês de abril de 1917, onde da cidade inglesa de Southampton partiu o maior navio transatlântico até então construído. Falo do RMS Titanic. Era sua primeira viagem, em direção a Nova York. Muitas pessoas importantes viajavam nele. Não há muito o que falar, pois praticamente todos sabemos da história final.
Mas, o que eu quero me referir, é que entre os mais de 2.200 passageiros a bordo, havia um grupo especial: um grupo de peregrinos, crentes da Europa que estavam em viagem para o “Novo mundo”. Quando aconteceu o acidente e o navio estava naufragando, no meio do tumulto a orquestra de bordo – cerca de oito músicos - começou a tocar um hino... “Mais perto quero estar, meu Deus, de ti...” Tão logo isso aconteceu, algo emocionante se vê: o grupo de cristãos, aliados a outros tripulantes, se unem de mãos dadas e começam a cantar o hino, enquanto o navio afundava. Sem dúvida, indescritível.
Há um fato interessante relatado com referência a esse hino. Diz-se que, durante uma Guerra Civil, um bispo, Martin, foi expulso de sua casa pelos soldados do país. Sem rumo, decide andar sozinho, em direção ao mato. Nessa caminhada, ele ouve alguém cantando a canção “Mais perto quero estar”. Isso o faz seguir a voz, até encontrar uma casa de madeira, onde havia uma mulher idosa, sozinha, pobre, que cantava sem cessar essa canção – com alegria. Isso fez com que ele tivesse renovado o sentimento de confiança infinita em Deus, livrando-o de seus temores.
Outra história, mais relacionado a Sarah, – não sei se verídica - diz que quando os cristãos visitam a Palestina, chegando a Betel (que hoje é chamada de Bira, território pertencente à Jordânia), começam a cantar esse hino, pode-se visualizar os acontecimentos que Jacó visualizou há milhares de anos atrás.
Sem dúvida, não há o que discutir: as palavras deste hino tem sido um grande auxilio e um grande conforto para muitos crentes, em tempos de dificuldades.
Que Deus te abençoe!
@jonathacardoso
Fonte: Supergospel
MAIS PERTO
Letra: Sarah Flower Adams
Música: Lowell Mason
Mais perto quero estar meu Deus de Ti,
Inda que seja a dor que me una a Ti!
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Andando triste aqui, na solidão,
Paz e descanso a mim teus braços dão.
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Minha alma cantará a Ti Senhor,
Cheia de gratidão por teu amor.
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
E quando a morte, enfim, me vier chamar,
Com serafins nos céus irei morar.
Então me alegrarei
Perto de Ti, meu Rei,
Perto de Ti, meu Rei,
Meu Deus, de Ti!
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
http://www.supergospel.com.br/noticia_serie-sobre-a-historia-dos-grandes-hinos-da-musica-crista-parte-3-mais-perto-quero-estar_2864.html
Sarah Flower Adams
Sarah Fuller Flower Adams nasceu em 22 de fevereiro de 1805, na Inglaterra, em Old Harlow. Filha de Benjamin Flower e de Eliza Gould, é a filha mais nova. Teve como irmã a compositora Eliza Flower.
Em 1827, após a morte de seu pai, Benjamin, ela passa a morar com uma família, do Reverendo William Fox, onde se torna colaboradora de uma publicação chamada Monthly repository
Em 1834 casou-se com William Bridges Adams, que era engenheiro ferroviário. Na época, moravam em Loughton – onde, até hoje, há uma placa homenageando o casal.
Já desde cedo Sarah desenvolvia talentos para a composição e poesia. Em 1841 ela cria o seu maior trabalho, que é um dramático poema chamado “Vivia Perpetua”, que teve como tema a vida dos primeiros cristãos. Outro trabalho conhecidíssimo é “He sendeth sun, he sendeth shower”. Muitos dos hinos criados por ela foram musicados por Eliza, sua irmã. Nota-se que, diferente de muitos autores, ela não tinha o foco apenas na autoria de músicas, mas também de poemas, dramas e outros textos literários.
Infelizmente, devido a uma tuberculose, Sarah faleceu nova, com apenas 43 anos de idade, em agosto de 1848, na mesma cidade de Harlow. Todos aqueles que conheceram Sarah a consideravam uma mulher de beleza singular, de atratividade, uma verdadeira mulher “feminina”, com mente elevada e de alto astral.
Lowell Mason
Lowell nasceu em Medfield, nos Estados Unidos, em 8 de janeiro de 1792.
Um dos mais importantes nomes da música cristã internacional, compôs mais de, pasmem, mil e seiscentas músicas para os hinos, muitos até hoje cantados. Além disso, criou músicas conhecidas como “Mary had a little lamb". Também foi o pioneiro educador musical nas escolas americanas.
Aos 17 anos tornou-se diretor de uma escola de música em sua cidade natal. Tempos depois se muda para Savannah, onde ele trabalhou, inicialmente, num armazém, depois em um banco. Mas como a música pulsava forte nele, em pouco tempo estuda música com um professor alemão, e, então, passa a frequentar a Igreja Presbiteriana Independente, onde foi diretor do coral, organista e criador da primeira Escola Bíblia Dominical para crianças negras.
Em 1827 muda-se para Boston, onde, seis anos mais tarde, ajuda a criar a Academia de Música de Boston, Lá ficou até 1845.
Com 59 anos muda-se para Nova York, onde seus filhos passaram a ter um negócio na área da música. Teve uma passagem rápida pela Europa, em 1852. Mas voltou para a cidade norte-americana. Em 1860 muda-se para Orange, onde fica lá até o dia de sua morte, em agosto de 1872.
O hino
É interessante salientar que, durante muitos anos, apenas os homens escreviam hinos. Entretanto, aos poucos as mulheres também começaram a usar o dom de criar poesias e criaram muitos hinos, até hoje cantados. Mas algo que me desperta atenção é que esse é um dos mais antigos hinos dos nossos hinários, como a Harpa Cristã, o Cantor Cristão, o da Igreja Adventista, o da Igreja Presbiteriana, o da Congregação Cristã, entre outros.
Sarah e Eliza criaram várias músicas e poemas juntas. Foram aproximadamente 13 letras e 69 melodias criadas por elas para um hinário que o Rev. William Fox estava criando.
Um dia, nos idos de 1841, William pede pra que elas criassem um hino para acompanhar o sermão sobre Esaú e Jacó. Com isso, Sarah decide estudar a Bíblia, na história relatada em Gênesis 28, sobre o sonho de Jacó. E esse texto a impressionou muito. Durante uma viagem, Jacó adormeceu, na cidade de Betel, e resolveu deitar-se sobre algumas pedras, enquanto o sol se punha. Ele, então, sonha com uma grande estrada, como uma escada, cujo topo alcançava os céus. Nela, ele podia ver anjos subindo e descendo por ela. No alto desse caminho estava o Senhor, prometendo bênçãos a Jacó e sua família.
Não só o texto literal, mas também as várias figuras de linguagem foram usadas como base para Sarah escrever a canção. Como no verso dois da canção, que diz “andando triste aqui, na solidão, paz e descanso a mim, os teus braços dão”. Quando, no dia seguinte, Jacó acorda e constrói um altar ao Senhor, como um lugar para que possamos derramar nossa vida e nossas ofertas, temos refletido no hino em seu verso 4, onde diz que “Minhas aflições deixarei ali”. Muitos também falam que a cruz, citada na primeira estrofe, se refere às suas dificuldades físicas, que limitaram muitas de suas ambições.
A música, embora tenha sido inicialmente criada por Eliza, tornou-se mundialmente conhecida quando Lowell cria a melodia chamada de Bethany. Composta em 1856, foi publicada a primeira vez três anos mais tarde. Entretanto, o compasso não estava bom, estava irregular. Um dia, após ficar várias horas acordado pela noite, uma melodia vem em mente, o que faz ele escrever a mesma no dia seguinte. Muitos veem semelhança com a melodia de Oft in the stilly night.
As experiências
Sei que você que está lendo é, provavelmente, cristão. Mas até mesmo os não cristãos já ouviram falar desse hino, por causa de um dos mais famosos filmes da história do cinema mundial. Foi no mês de abril de 1917, onde da cidade inglesa de Southampton partiu o maior navio transatlântico até então construído. Falo do RMS Titanic. Era sua primeira viagem, em direção a Nova York. Muitas pessoas importantes viajavam nele. Não há muito o que falar, pois praticamente todos sabemos da história final.
Mas, o que eu quero me referir, é que entre os mais de 2.200 passageiros a bordo, havia um grupo especial: um grupo de peregrinos, crentes da Europa que estavam em viagem para o “Novo mundo”. Quando aconteceu o acidente e o navio estava naufragando, no meio do tumulto a orquestra de bordo – cerca de oito músicos - começou a tocar um hino... “Mais perto quero estar, meu Deus, de ti...” Tão logo isso aconteceu, algo emocionante se vê: o grupo de cristãos, aliados a outros tripulantes, se unem de mãos dadas e começam a cantar o hino, enquanto o navio afundava. Sem dúvida, indescritível.
Há um fato interessante relatado com referência a esse hino. Diz-se que, durante uma Guerra Civil, um bispo, Martin, foi expulso de sua casa pelos soldados do país. Sem rumo, decide andar sozinho, em direção ao mato. Nessa caminhada, ele ouve alguém cantando a canção “Mais perto quero estar”. Isso o faz seguir a voz, até encontrar uma casa de madeira, onde havia uma mulher idosa, sozinha, pobre, que cantava sem cessar essa canção – com alegria. Isso fez com que ele tivesse renovado o sentimento de confiança infinita em Deus, livrando-o de seus temores.
Outra história, mais relacionado a Sarah, – não sei se verídica - diz que quando os cristãos visitam a Palestina, chegando a Betel (que hoje é chamada de Bira, território pertencente à Jordânia), começam a cantar esse hino, pode-se visualizar os acontecimentos que Jacó visualizou há milhares de anos atrás.
Sem dúvida, não há o que discutir: as palavras deste hino tem sido um grande auxilio e um grande conforto para muitos crentes, em tempos de dificuldades.
Que Deus te abençoe!
@jonathacardoso
Fonte: Supergospel
MAIS PERTO
Letra: Sarah Flower Adams
Música: Lowell Mason
Mais perto quero estar meu Deus de Ti,
Inda que seja a dor que me una a Ti!
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Andando triste aqui, na solidão,
Paz e descanso a mim teus braços dão.
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Minha alma cantará a Ti Senhor,
Cheia de gratidão por teu amor.
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
E quando a morte, enfim, me vier chamar,
Com serafins nos céus irei morar.
Então me alegrarei
Perto de Ti, meu Rei,
Perto de Ti, meu Rei,
Meu Deus, de Ti!
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
http://www.supergospel.com.br/noticia_serie-sobre-a-historia-dos-grandes-hinos-da-musica-crista-parte-3-mais-perto-quero-estar_2864.html
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
HISTÓRIA DO HINO "AO DEUS DE ABRAÃO LOUVAI"
O autor deste hino é Thomas Olivers.
Thomas Olivers nasceu em 1725, na pequena vila de Tregynos, em Montgomeryshire, Pais de Gales. Quando tinha apenas 4 anos de idade, ele perdeu seus pais. Foi, então criado, até atingir os seus 18 anos de idade, por um vizinho que era fazendeiro, um certo Sr. Tudor. Durante parte de sua adolescência, Olivers serviu como ajudante de sapateiro. O condado onde ele morava era uma região notória pelo crime e imoralidade. Era natural que o jovem Olivers, que gozava ampla liberdade no lar do Sr. Tudo, cairia num caminho prejudicial à sua vida. Pelas suas próprias palavras, Olivers disse que a sua vida se tornou muito “perversa e corrompida”
Um dia, quando na cidade de Brsitol, Inglaterra, Olivers se converteu ao ouviu uma pregação do famoso evangelista George Whitefield sobre o texto de Zacarias 3:2 - “Não é este um tição tirado do fogo?”. Depois disto, Olivers tornou-se pastor metodista. Olivers era um dos membros do grupo de pastores itinerantes que fazia parte do grupo dos irmãos Wesley. Por 22 anos ele viajou milhares de milhas a cavalo, através da Inglaterra e Irlanda, pregando o evangelho. Não era raro ele encontrar feroz oposição e duras perseguições nestas viagens. Olivers, porém, nunca vacilou na sua missão.
Numa destas viagens evangelísticas, ele foi à cidade de Londres, onde visitou a Sinagoga de Dukes Place. É possível que Olivers tenha sido atraído à sinagoga para ouvir o cantor Meyer Lyon (ou Meier Leoni, como era conhecido). Robert McCutcheons diz que Leoni possuía uma bela voz e que “sua voz atraente e os seus maravilhosos cânticos atraíram uma grande assistência até de gentios”. No dia em que Olivers assistiu à reunião, Leoni cantou Yigdal, que é uma Doxologia hebraica – um tipo de “Confissão de Fé”.
Olivers ficou encantado com a melodia que, naquela mesma noite, escreveu uma letra de adoração para ser entoada com a melodia cantada por Leoni no Yigdal. O hino composto era uma paráfrase de Thomas Olivers sobre os Treze Princípios Fundamentais da Fé de Israel. Os Treze Credos ou Artigos da Fé Hebraica haviam sido escritos por Daniel ben Judah de 1396 a 1404 e eram cantados pelos judeus no início do serviço de culto matutino e final de culto vespertino na sinagoga.
Josiah Miller, no seu “Singers and Songs of the Church”, de 1869, diz: “O filho de um velho ministro Wesleyano disse há poucos anos: ‘Lembro-me que meu pai contou-me que estava uma vez parado no corredor da 'City Road Chapel', durante uma conferência no tempo de Wesley, e Thomas Olivers, um dos pregadores chegou-se a ele e disse: 'Dê uma olhada nisto; eu o traduzi do Hebraico, dando-lhe, tanto quanto possível, um caráter espiritual, e Leoni, o judeu, deu-me uma melodia de sinagoga que combinasse com o texto; aqui está a melodia que deverá ser chamada Leoni’.”
O nome dado a esta melodia judaica é Leoni, em homenagem àquele cantor que primeiro cantou a melodia para Olivers. Em alguns hinários, a melodia é intitulada Yidgal, por causa do seu uso na cerimônia da sinagoga.
Parece que a letra e a música “casaram-se bem”, pois desde então o hino tem sido um dos prediletos dos cristãos em toda parte do mundo, especialmente entre os metodistas. É difícil encontrar um hinário metodista que não contenha este hino de Olivers.
Olivers tornou-se amigo de John Wesley, que mais tarde o designou para ser o redator da revista “The Artminiam Magazine”. Por 12 anos, Olivers trabalhou neste setor, porém, o seu trabalho não foi totalmente satisfatório a Wesley, devido ao fato de que Olivers incluía muitas vezes artigos que não eram sempre do agrado de Wesley, e também porque constantemente a revista saía com vários erros tipográficos.
Olivers se aposentou em 1789 e passou os últimos 10 anos de sua vida em Londres, onde morreu em 1799.
Este hino de Olivers tem sido uma bênção para aqueles que trabalham na evangelização dos judeus, pois com esta antiga melodia judaica é fácil atrair a atenção para a bela letra de adoração.
Conta-se que certa vez uma jovem judia havia confessado Cristo como seu único Salvador e, ao transmitir esta notícia a seu pai, um judeu devoto, este a ameaçou de morte. Naquela mesma noite ela se refugiou na residência do pastor que a havia batizado. Silas Paine, no seu livro “Stories of the Great Hymns of the Church”, conta o relato de uma testemunha ocular daquela cena: “Eu a vi, na sua hora de mágoas, quando ela percebeu pela primeira vez que havia sido abandonada pela casa dos seus pais. Isto não chegou a desanimá-la nem a diminuir a sua alegria em Cristo. Nunca esquecerei aquela cena quando ele, de pé, com as mãos juntas, os olhos voltados para o céu e a fisionomia expressiva e iluminada, levantou sua voz e começou a entoar trechos do hino que já havia aprendido a char 'o seu hino'.” Era o hino de Thomas Olivers.
Quando o missionário Henry Martyn estava para embarcar para uma missão no Oriente, escreveu em seu Diário: “Algumas vezes estive muito ocupado em aprender o hino ‘Ao Deus de Abrão Louvar’: tão logo eu pude sentir a realidade das palavras desse hino minha mente ficou aliviada. Há algo peculiarmente solene e tocante para mim neste hino, especialmente nesta ocasião.”
Existem poucos hinos tão escriturísticos em cada linha. A música tem grande dignidade e solenidade, e deve ser cantada com andamento lento e solene.
Quem traduziu este hino para o português foi o Rev. Robert Hawkey Moreton.
http://cantandocomahistoria.webnode.com.br/products/ao%20deus%20de%20abra%C3%A3o%20louvai/
Thomas Olivers nasceu em 1725, na pequena vila de Tregynos, em Montgomeryshire, Pais de Gales. Quando tinha apenas 4 anos de idade, ele perdeu seus pais. Foi, então criado, até atingir os seus 18 anos de idade, por um vizinho que era fazendeiro, um certo Sr. Tudor. Durante parte de sua adolescência, Olivers serviu como ajudante de sapateiro. O condado onde ele morava era uma região notória pelo crime e imoralidade. Era natural que o jovem Olivers, que gozava ampla liberdade no lar do Sr. Tudo, cairia num caminho prejudicial à sua vida. Pelas suas próprias palavras, Olivers disse que a sua vida se tornou muito “perversa e corrompida”
Um dia, quando na cidade de Brsitol, Inglaterra, Olivers se converteu ao ouviu uma pregação do famoso evangelista George Whitefield sobre o texto de Zacarias 3:2 - “Não é este um tição tirado do fogo?”. Depois disto, Olivers tornou-se pastor metodista. Olivers era um dos membros do grupo de pastores itinerantes que fazia parte do grupo dos irmãos Wesley. Por 22 anos ele viajou milhares de milhas a cavalo, através da Inglaterra e Irlanda, pregando o evangelho. Não era raro ele encontrar feroz oposição e duras perseguições nestas viagens. Olivers, porém, nunca vacilou na sua missão.
Numa destas viagens evangelísticas, ele foi à cidade de Londres, onde visitou a Sinagoga de Dukes Place. É possível que Olivers tenha sido atraído à sinagoga para ouvir o cantor Meyer Lyon (ou Meier Leoni, como era conhecido). Robert McCutcheons diz que Leoni possuía uma bela voz e que “sua voz atraente e os seus maravilhosos cânticos atraíram uma grande assistência até de gentios”. No dia em que Olivers assistiu à reunião, Leoni cantou Yigdal, que é uma Doxologia hebraica – um tipo de “Confissão de Fé”.
Olivers ficou encantado com a melodia que, naquela mesma noite, escreveu uma letra de adoração para ser entoada com a melodia cantada por Leoni no Yigdal. O hino composto era uma paráfrase de Thomas Olivers sobre os Treze Princípios Fundamentais da Fé de Israel. Os Treze Credos ou Artigos da Fé Hebraica haviam sido escritos por Daniel ben Judah de 1396 a 1404 e eram cantados pelos judeus no início do serviço de culto matutino e final de culto vespertino na sinagoga.
Josiah Miller, no seu “Singers and Songs of the Church”, de 1869, diz: “O filho de um velho ministro Wesleyano disse há poucos anos: ‘Lembro-me que meu pai contou-me que estava uma vez parado no corredor da 'City Road Chapel', durante uma conferência no tempo de Wesley, e Thomas Olivers, um dos pregadores chegou-se a ele e disse: 'Dê uma olhada nisto; eu o traduzi do Hebraico, dando-lhe, tanto quanto possível, um caráter espiritual, e Leoni, o judeu, deu-me uma melodia de sinagoga que combinasse com o texto; aqui está a melodia que deverá ser chamada Leoni’.”
O nome dado a esta melodia judaica é Leoni, em homenagem àquele cantor que primeiro cantou a melodia para Olivers. Em alguns hinários, a melodia é intitulada Yidgal, por causa do seu uso na cerimônia da sinagoga.
Parece que a letra e a música “casaram-se bem”, pois desde então o hino tem sido um dos prediletos dos cristãos em toda parte do mundo, especialmente entre os metodistas. É difícil encontrar um hinário metodista que não contenha este hino de Olivers.
Olivers tornou-se amigo de John Wesley, que mais tarde o designou para ser o redator da revista “The Artminiam Magazine”. Por 12 anos, Olivers trabalhou neste setor, porém, o seu trabalho não foi totalmente satisfatório a Wesley, devido ao fato de que Olivers incluía muitas vezes artigos que não eram sempre do agrado de Wesley, e também porque constantemente a revista saía com vários erros tipográficos.
Olivers se aposentou em 1789 e passou os últimos 10 anos de sua vida em Londres, onde morreu em 1799.
Este hino de Olivers tem sido uma bênção para aqueles que trabalham na evangelização dos judeus, pois com esta antiga melodia judaica é fácil atrair a atenção para a bela letra de adoração.
Conta-se que certa vez uma jovem judia havia confessado Cristo como seu único Salvador e, ao transmitir esta notícia a seu pai, um judeu devoto, este a ameaçou de morte. Naquela mesma noite ela se refugiou na residência do pastor que a havia batizado. Silas Paine, no seu livro “Stories of the Great Hymns of the Church”, conta o relato de uma testemunha ocular daquela cena: “Eu a vi, na sua hora de mágoas, quando ela percebeu pela primeira vez que havia sido abandonada pela casa dos seus pais. Isto não chegou a desanimá-la nem a diminuir a sua alegria em Cristo. Nunca esquecerei aquela cena quando ele, de pé, com as mãos juntas, os olhos voltados para o céu e a fisionomia expressiva e iluminada, levantou sua voz e começou a entoar trechos do hino que já havia aprendido a char 'o seu hino'.” Era o hino de Thomas Olivers.
Quando o missionário Henry Martyn estava para embarcar para uma missão no Oriente, escreveu em seu Diário: “Algumas vezes estive muito ocupado em aprender o hino ‘Ao Deus de Abrão Louvar’: tão logo eu pude sentir a realidade das palavras desse hino minha mente ficou aliviada. Há algo peculiarmente solene e tocante para mim neste hino, especialmente nesta ocasião.”
Existem poucos hinos tão escriturísticos em cada linha. A música tem grande dignidade e solenidade, e deve ser cantada com andamento lento e solene.
Quem traduziu este hino para o português foi o Rev. Robert Hawkey Moreton.
http://cantandocomahistoria.webnode.com.br/products/ao%20deus%20de%20abra%C3%A3o%20louvai/
HISTÓRIA DOS PRIMEIROS HINÁRIOS EVANGÉLICOS NO BRASIL.
O DIA 17 de novembro de 1861 foi um dia especial para os primeiros cristãos de fé Evangélica Reformada. Era um domingo de manhã e os poucos crentes naquela época se reuniram para cantar em seu primeiro hinário, em sua própria língua.
O hinário recebeu o nome de SALMOS & HINOS e trazia em seu prefácio: “Salmos & Hinos para o uso daqueles que amam a nosso Senhor Jesus Cristo”. Continha apenas 50 hinos, mas este pequeno hinário inspirou a tantos outros e a Igreja Cristã Evangélica brasileira tem uma coletânea maravilhosa para louvar a Jeová o Deus de toda graça, e a Seu Filho Jesus.
Esta pequena coletânea foi preparada pelos ilustres pioneiros missionários Congregacionais, o médico Dr Robert, e sua esposa, irmã dona Sara Kalley, que haviam chegado 6 anos antes e já haviam evangelizado algumas almas, cantando com hinos trazidos de terras além mar, e agora tinham seu próprio hinário.
Este hinário foi inicialmente usado pelos missionários de todos os ministérios que aportaram aqui: Em 1859 chegavam os presbiterianos Calvinistas; em 1876 os Metodistas; e, em 1881, os Batistas. Mas foi no início do século 20, com a chegada dos missionários Luiz Franciscon e G. Lombardi (1910); este se separou de Franciscon, partindo para a Argentina e, oficialmente e a nível denominacional, pouco se soube dele, depois disso, e os motivos da separação.
Em seguida chegavam os missionários Daniel Berg, e Gunnar Vingre, Batistas Suecos, fundadores da AD; mas também vindos, como Franciscon, com a chama “pentecostal” que Deus acendeu em Chicago com o derramamento do Espírito Santo entre os congregados na Rua Azuza; [Franciscom recebeu o batismo com o Espírito Santo na cruzada do pastor Willian Durhan] foi com a chegada destes que a Obra ganhou impulso e se começou a mudar a história religiosa no Brasil.
Todos estes usaram inicialmente o Hinário “Salmos & Hinos” da Igreja Congregacional. O primeiro hinário usado pela nossa Denominação foi o “inni e Salmi Spiirituali” datado de 1914, pouco depois, em 1928, surgiu um novo hinário denominado “Nuovo Libro D’Inni e Salmi Spirituali”, todos em Italiano, visto que os missionários, os primeiros convertidos, e os já convertidos que se uniram a Missão Franciscon; eram quase todos italianos ou descendentes.
Logo mais com o crescimento da Obra surgiu o primeiro Hinário de fato da Congregação Cristã. Este hinário misto, com hinos em português e italiano teve cerca de 2000 volumes aproximadamente. É provável que no princípio a CCB utilizasse de três diferentes versões de hinários já que o primeiro templo data de 1916. O próprio nome Congregação Cristã DO Brasil foi oficializado na Convenção de 1936.
O Hinário 2 saiu em Março de 1944, todo em português, com o título “Hynnos e Psalmos Espirituales”. Constava no prefácio que a maioria dos hinos foi composta por irmãos de diversas nacionalidades e, denominações evidentemente. Hoje estamos com o Hinário de número 5, correções gramaticais, acentuação métrica, doutrinárias, poéticas, sempre se faz necessário ainda mais em nosso vernáculo sempre sofrendo mudanças. O Cantor Cristão (Batista) surgiu em 1861; Cantor Pentecostal (1921) e a Harpa Cristã (AD 1922).
Não se justifica o orgulho Denominacional manifestado por alguns; “o orgulho é a galinha que choca todos os pecados” (C.S. Lewis); antes, sejamos humildes em reconhecer o bem que nos legaram, juntando-se aos milhares que proclamam o mesmo Salvador; cantando com voz de júbilo e gratidão. (Como temos várias fontes de informação, e oficialmente poucas, os historiadores se sintam a vontade para as devidas correções).
http://www.blogdomario.com/2013/11/um-pouco-de-historia-sobre-hinos-e.html
sábado, 10 de outubro de 2015
Biografia de Cantor Cristão
Biografia de Cantor Cristão
O Cantor Cristão é um hinário (um livro contendo um conjunto de hinos, músicas cristãs tradicionais de várias épocas) da Igreja Batista publicado pela Juerp (Junta de Educação Religiosa e Publicações/criada pela CBB - Convenção Batista Brasileira, em 1907). Em sua totalidade o Cantor Cristão contém 581 hinos de edificação a Deus.
Hinário das Igrejas Batistas do Brasil - O Cantor Cristão é uma rica herança pertencente aos batistas brasileiros. O hinário, o segundo dos evangélicos brasileiros (o primeiro, "Salmos e Hinos", foi publicado em 1861), publicado em 1891 e a sua edição inicial continha somente 16 hinos, compilados por Salomão Luiz Ginsburg (1867- 1927), auxiliado pelo missionário metodista George Benjamin Nind (1860-1932), que trabalhou em Pernambuco (1882-1892).
As edições se sucederam, sendo sempre acrescidas de hinos novos. Em 1921 saiu a 17ª edição do hinário, já com 571 hinos, dos quais 102 eram de autoria ou tradução de Salomão Luiz Ginsburg (nascido na Polônia em 6 de agosto de 1867 - chegou no Brasil em 31 de março de 1927/ foi um ministro evangélico e um missionário batista no Brasil). Três anos mais tarde, em 1924, o hinário saiu pela primera vez com música, pois até então só continha as letras com os hinos.
Desde que Salomão Luiz Ginsburg editou o Cantor Cristão em 1891, muitas outras pessoas ilustres tem prestado a sua colaboração. Willian Edwin Entzminger (72 hinos), Henri Maxwell Wright (61 hinos), Manoel Avelino de Souza (29 hinos) e Ricardo Pitrowsky (23 hinos) são os que mais letras ou traduções fizeram no atual Cantor Cristão.
Salomão Ginsburg chegou ao Brasil no dia 10 de junho de 1890. Este judeu convertido deu uma das mais notáveis contribuições dos batistas brasileiros, O Cantor Cristão, publicado em primeira edição em 1891 (somente um ano após a sua chegada). No atual Cantor, 104 hinos levam o nome de Salomão Ginsburg, a maioria destes sendo traduções. Mesmo hoje, no Hinário para o Culto Cristão, há 30 hinos que levam o nome de Ginsburg.
William Edwin Entzminger, que serviu no Brasil nos anos 1891-1930 é outro missionário que grandemente contribuiu para a hinódia dos batistas brasileiros. No atual Cantor Cristão, há 72 hinos assinados por ele, sendo 16 destes originais. O Hinário para o Culto Cristão ainda retém 21 hinos de Entzminger. O amor deste missionário pelo Brasil se salienta em dois hinos dele que são os mais cantados por nosso povo.
Um destes é “Minha Pátria para Cristo”, hino que o saudoso pr. José dos Reis Pereira chamou “A Marselhesa dos batistas brasileiros”. O outro hino também tem um teor patriótico. Realmente, é uma experiência inesquecível ouvir uma congregação de batistas brasileiros cantar com seu incomparável entusiasmo, “Ah! Se eu tivesse mil vozes para o Brasil encher com os louvores de Cristo, que singular prazer!”
Outros missionários que também cooperaram com o Cantor Cristão foram Robert Neighbor, que atuou no Brasil somente de 1893-1895, mas contribuiu com cinco traduções e um hino original. Arthur Beriah Deter (1901-1940), quatro traduções; Albert L. Dunstan (1900-1937), três traduções; Otis Pendleton Maddox (1905-1945), uma tradução.
Uma das bênçãos que Deus nos deu e que jamais podemos abandonar é o nosso amado Cantor Cristão. Eu acredito que os hinos do Cantor Cristão nos trás maravilhosas e gratificantes mensagens, e certamente foram escritas e deixadas a nós, por homens inspirados pelo Espírito Santo de Deus, em seus momentos de angústias e tribulações; e também em momentos dos quais precisavam tomar decisões que dependiam só e unicamente da vontade de Deus.
Não se trata de um substituto da Palavra de Deus, mas é sim, sem dúvida alguma, um complemento que nos fala do verdadeiro amor de Cristo, dos verdadeiros cristãos, das nossas falhas, do modo como devemos proceder estando na posição de servos livres do Senhor, de como podemos ser santos. São hinos extraídos e baseados na Palavra de Deus.
A 36ª edição é histórica, pois pela primeira vez o Cantor Cristão saiu completamente documentado e com vários índices que farão dele um hinário muito mais útil.
Nos fins do ano de 2004, quando a JUERP começou a programar a celebração que deveria marcar o ano de 2007, com o centenário da Convenção Batista Brasileira, esta direção resolveu encomendar à sua área de música, uma nova edição do "Cantor Cristão", edição 37ª, pois afinal, 35 anos teriam se passado desde a última revisão feita.
Que o Cantor Cristão seja útil para o engrandecimento do evangelho nesta grande nação brasileira.
1ª. edição – 1891 - com 16 hinos lançada em julho/agosto de 1891, em Recife (PE).
2a. edição – 1891 - Com 23 hinos, lançada em novembro de 1891, em Salvador (BA).
4ª. edição – 1893 - Com 63 hinos, lançada em Niterói (RJ), em setembro de 1893.
5a. edição – 1894 - com 113 hinos, impressa na Tipografia Evangélica Batista, em Salvador (BA)
6ª. edição – 1896 - Ginsburg trabalhou em Campos (RJ) de outubro de 1893 a setembro de 1900. Com 153 hinos, lançada em Campos (RJ).
7ª. edição – 1898 - com 210 hinos, impressa na Tipografia "As Boas Novas", em Campos (RJ).
8ª. edição – 190l - lançada com os 210 hinos da 7ª. edição, acrescida de 15 hinos de Ira David Sankey (1840-1908); esgotada em setembro de 1902.
9ª. edição – 1902 - com 224 hinos. No prelo, em setembro de 1902; lançamento anunciado para dezembro de 1902; esgotada em agosto de 1903.
10ª. edição – 1903 - Editada pela Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro (DF), com 225 hinos. Os exemplares do "Cantor Cristão" foram depositados nas residências dos missionários J. J. Taylor, A. L. Dunstan, Z. C. Taylor, S. L. Ginsburg, Eurico Nelson e J. E. Hamilton.
11a. edição – 1907 - Desde outubro de 1906 preparada por Ginsburg em Recife (PE), que solicitou aos leitores de OJB hinos novos para o "Cantor Cristão". Com 300 hinos e respectivo índice, pronta para impressão em fevereiro de 1907; lançada em junho de 1907, por ocasião da organização da Convenção Batista Brasileira; quase esgotada em fevereiro de 1910; de Recife (PE) foi enviada ao Rio de Janeiro (DF) para ser impressa na Casa Publicadora Batista. De 1900 até outubro de 1909, Ginsburg trabalhou no campo batista pernambucano.
12. edição – 1911 - Durante os dez primeiros anos de OJB (1901-1911) somente a letra dos hinos era publicada. No início da década de 1910 começaram a surgir as letras com as respectivas músicas, enquanto não era possível publicar a edição musicada do "Cantor Cristão", o que só aconteceria em 1924.
Com 400 hinos, preparada por Ginsburg, em Salvador (BA), desde janeiro de 1910. Com os lucros da edição, Ginsburg planejava publicar o "Cantor Cristão com Música". Ficou a 12ª. edição pronta para impressão em fevereiro de 1911. Em março deste ano, foi lançado um "Suplemento", com 70 hinos, anunciado em "A Mensagem", p. 29. Editada em Salvador (BA), mas impressa no Porto (Portugal), com índice dos assuntos, a 12ª. edição foi distribuída na assembléia da Convenção Batista Brasileira, em Campos (RJ), em junho de 1911, quando Ginsburg foi eleito relator da Comissão de Elaboração da edição musicada do hinário, integrada por W. E. Entzminger, O. P. Maddox, E. Paranaguá e A. Joyce. A Convenção Batista Brasileira adotou oficialmente o "Cantor Cristão" como hinário da Denominação Batista no Brasil. O "Cantor Cristão com Música" seria impresso na Alemanha, num formato semelhante ao do "Salmos e Hinos".
Ginsburg tinha informado, no periódico da Comissão de Evangelização da Bahia ("A Mensagem", p. 46) que os originais da 12ª. edição achavam-se nas oficinas gráficas em Portugal e comentou: " ... os hinos passaram ao cadinho de uma crítica rigorosa e, desse modo, estão, sob o ponto de vista doutrinário, dignos de apreciação ... as métricas e linguagem dos hinos correspondem a toda expectativa ... o belo arranjo do índice de assuntos auxiliará muito aos diretores das reuniões".
Em 20 anos (1891-1911) foram vendidos 65 mil exemplares do "Cantor Cristão" para 10 mil membros em 140 igrejas batistas existentes no Brasil. Na década 1911-1920 dobrou o número de batistas no Brasil. A década de maior crescimento numérico dos Batistas correspondeu à década de maior número de letras e/ou músicas de hinos publicadas em "O Jornal Batista" ! Em 1920, a tiragem semanal de OJB era de 5 mil exemplares!
13ª. edição – 1912 - Em fevereiro de 1912, Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927) foi a Portugal para contratar com a Tipografia "Mendonça" (Porto, Portugal) a impressão desta edição.
14ª. edição – 1914 - Enquanto não ficava pronta, foi lançado um folheto com 42 hinos no vos. Editada com 450 hinos no Rio de Janeiro (DF), mas impressa no Porto (Portugal). Pela segunda vez, o "Cantor Cristão" continha índice de assuntos.
Na assembléia da Convenção Batista Brasileira, no Rio de Janeiro, em junho de 1914, foi distribuído um "Souvenir" com hinos publicados em "O Jornal Batista". Nessa assembléia foi eleita a Comissão do Hinário: S. L. Ginsburg, W. E. Entzminger e O. P. Maddox; revisores gramaticais: Adalbert Nicholl e Amelia Joyce; Ginsburg reeleito para a relatoria; eles confessaram: "ainda não é o que almejávamos que fosse".
Foi anunciada a impressão do "Cantor Cristão com Música", a ser lançado na assembléia da CBB em 1915; a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) prejudicou os planos de Ginsburg.
15ª. edição – 1917 - Anunciado o lançamento para o fim do ano de 1916 ou princípio de 1917. Ginsburg afastou-se da Comissão do Hinário, possivelmente por discordar de Entzminger a respeito da edição do "Cantor Cristão com Música"; eles trabalharam juntos (1914-1920) na administração da Casa Publicadora Batista, mas nem sempre concordaram na elaboração do hinário.
16ª. edição – 1918 - Preparada em plena Primeira Guerra Mundial. Impressa com 500 hinos nas oficinas gráficas da Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro (DF). Esgotada em outubro de 1919.
17a. edição – 1921 - A CBB tinha convidado, em 1920, Manoel Avelino de Souza, Ricardo Pitrowsky e Emma Paranaguá para a revisão das letras dos hinos e a publicação desta edição; com a substituição de E. Paranaguá por W. E. Entzminger, foi feita nova revisão. Continha 571 hinos. Foram impressos 15 mil exemplares. Lançada em março de 1921; esgotada em dezembro de 1922.
18a. edição – 1924 - Precedida pela coletânea de hinos evangelísticos, a ser usada até a publicação da 18ª. edição, esta estava em preparo desde 1922; continha só letras de 578 hinos. Impressa e lançada no Rio de Janeiro (DF).
1a. edição com música – 1924 - Planejada durante 13 anos (1911-1924). Em 1922 foram comprados os tipos com sinais musicais. A Casa Publicadora Batista encarregou Ricardo Pitrowsky de preparar a la. edição com música; ele apresentou proposta de emendas das letras dos hinos. Desde 1922 estava sendo impressa, por partes, nas oficinas gráficas da CPB, no Rio de Janeiro (DF). Continha 578 hinos. Em fevereiro de 1923 foi lançado o primeiro fascículo, com 51 hinos.
2ª. e 3ª. edições com música – 1930 e 1935 - Como ensinou Henriqueta Rosa, "edição é o lançamento de uma obra; se esta sofrer revisão e/ou acréscimo, e for reeditada, será uma nova edição; porém, se se tratar de uma simples reimpressão em tudo idêntica à anterior, sem qualquer alteração, será denominada tiragem". Por não termos em mãos estes hinários de 1930 e 1935, não estamos em condições de saber se eram realmente edições ou tiragens.
28ª. e 29ª. edições – 1941 e 1954 - Idem, em relação aos hinários de 1930 e 1935.
30ª. edição – 1956 - Ainda com 578 hinos, editada pela Casa Publicadora Batista e impressa em suas oficinas gráficas (Rua Silva Vale, 781, Tomaz Coelho), no Rio de Janeiro (DF).
31ª. edição – 1958 - Conforme determinação da assembléia convencional de 1958, foi distribuída entre líderes da CBB para apreciação em caráter experimental. Editada e impressa pela Casa Publicadora Batista. A Comissão Revisora (Manoel Avelino de Souza, Ricardo Pitrowsky, Moysés Silveira e Alberto Portella) propôs à CBB que no "Cantor Cristão" fossem conservados 460, sendo suprimidos 118 hinos da 18ª. edição (1924); a revisão não foi bem recebida; durante 13 anos (1958-1971), o "Cantor Cristão" ficou praticamente intocado e desconhecido pelo público batista.
32a. e 33ª. edições - Entre 1958 e 1963, houve circulação restrita aos líderes da Convenção Batista Brasileira.
34ª. edição – 1964 - Com 580 hinos, tendo sido elaborada por Manoel Avelino de Souza e Ricardo Pitrowsky, foi revista por Werner Kaschel, José dos Reis Pereira e Mário Barreto França, em janeiro de 1963, para corrigir a linguagem e atualizar a ortografia. Impressa pela CPB no Rio de Janeiro.
35ª. edição - Não sabemos se era realmente uma edição ou uma tiragem. As sucessivas impressões, que alteraram os textos dos hinos, talvez não possam ser consideradas edições. Em 1968, Joan Riffey Sutton fez intensa pesquisa hinológica.
36a. edição – 1971 - Elaborada pela Comissão integrada, até 1962, por Manoel Avelino de Souza (1886-1962) e Ricardo Pitrowsky (1891-1965), foi revista por Werner Kaschel, José dos Reis Pereira e Mário Barreto França, assessorados por Bill Ichter na parte da documentação. Continha 581 hinos. Editada pela JUERP e impressa na CPB, no Rio de Janeiro (RJ). Características: acréscimo de índices e documentação hinológica.
Na "Apresentação", redigida em julho de 1971, Bill Ichter informou: "os hinos estão todos com ortografia atualizada". A lei no. 5.765, sancionada em 18 de dezembro de 1971, aprovou alterações na ortografia da língua portuguesa. Observação: com a supressão de quatro hinos e adaptação na letra de 17 hinos, a 36ª. edição do "Cantor Cristão" foi adotada, em 1974, pela Convenção Baptista Portuguesa.
4ª. edição com música – 1971 - Publicada sob a supervisão do Departamento de Música da JUERP, dirigido por Bill Ichter, que foi auxiliado por Henriqueta Rosa Fernandes Braga, Antônio Azeredo Coutinho e Ivo Augusto Seitz. Impressa pela CPB. Continha 581 hinos e 8 índices. Reproduzia as músicas e as letras da 34ª. edição (1964). Características: correção da harmonia e introdução de novos termos musicais e novos cabeçalhos.
37ª. edição – 2007 - Editada pela JUERP (Rio de Janeiro, RJ) e impressa pela Geográfica (Santo André, SP). Contém 581 hinos. Lançada em janeiro de 2007. Preparada pela comissão integrada por Leila Christina Gusmão dos Santos (relatora), Marilene Coelho (letras) e Marcelo Yamazaki Carvalho (musicografia). Talvez a mais importante tarefa tenha sido a verificação da métrica dos hinos.
O Cantor Cristão é um hinário (um livro contendo um conjunto de hinos, músicas cristãs tradicionais de várias épocas) da Igreja Batista publicado pela Juerp (Junta de Educação Religiosa e Publicações/criada pela CBB - Convenção Batista Brasileira, em 1907). Em sua totalidade o Cantor Cristão contém 581 hinos de edificação a Deus.
Hinário das Igrejas Batistas do Brasil - O Cantor Cristão é uma rica herança pertencente aos batistas brasileiros. O hinário, o segundo dos evangélicos brasileiros (o primeiro, "Salmos e Hinos", foi publicado em 1861), publicado em 1891 e a sua edição inicial continha somente 16 hinos, compilados por Salomão Luiz Ginsburg (1867- 1927), auxiliado pelo missionário metodista George Benjamin Nind (1860-1932), que trabalhou em Pernambuco (1882-1892).
As edições se sucederam, sendo sempre acrescidas de hinos novos. Em 1921 saiu a 17ª edição do hinário, já com 571 hinos, dos quais 102 eram de autoria ou tradução de Salomão Luiz Ginsburg (nascido na Polônia em 6 de agosto de 1867 - chegou no Brasil em 31 de março de 1927/ foi um ministro evangélico e um missionário batista no Brasil). Três anos mais tarde, em 1924, o hinário saiu pela primera vez com música, pois até então só continha as letras com os hinos.
Desde que Salomão Luiz Ginsburg editou o Cantor Cristão em 1891, muitas outras pessoas ilustres tem prestado a sua colaboração. Willian Edwin Entzminger (72 hinos), Henri Maxwell Wright (61 hinos), Manoel Avelino de Souza (29 hinos) e Ricardo Pitrowsky (23 hinos) são os que mais letras ou traduções fizeram no atual Cantor Cristão.
Salomão Ginsburg chegou ao Brasil no dia 10 de junho de 1890. Este judeu convertido deu uma das mais notáveis contribuições dos batistas brasileiros, O Cantor Cristão, publicado em primeira edição em 1891 (somente um ano após a sua chegada). No atual Cantor, 104 hinos levam o nome de Salomão Ginsburg, a maioria destes sendo traduções. Mesmo hoje, no Hinário para o Culto Cristão, há 30 hinos que levam o nome de Ginsburg.
William Edwin Entzminger, que serviu no Brasil nos anos 1891-1930 é outro missionário que grandemente contribuiu para a hinódia dos batistas brasileiros. No atual Cantor Cristão, há 72 hinos assinados por ele, sendo 16 destes originais. O Hinário para o Culto Cristão ainda retém 21 hinos de Entzminger. O amor deste missionário pelo Brasil se salienta em dois hinos dele que são os mais cantados por nosso povo.
Um destes é “Minha Pátria para Cristo”, hino que o saudoso pr. José dos Reis Pereira chamou “A Marselhesa dos batistas brasileiros”. O outro hino também tem um teor patriótico. Realmente, é uma experiência inesquecível ouvir uma congregação de batistas brasileiros cantar com seu incomparável entusiasmo, “Ah! Se eu tivesse mil vozes para o Brasil encher com os louvores de Cristo, que singular prazer!”
Outros missionários que também cooperaram com o Cantor Cristão foram Robert Neighbor, que atuou no Brasil somente de 1893-1895, mas contribuiu com cinco traduções e um hino original. Arthur Beriah Deter (1901-1940), quatro traduções; Albert L. Dunstan (1900-1937), três traduções; Otis Pendleton Maddox (1905-1945), uma tradução.
Uma das bênçãos que Deus nos deu e que jamais podemos abandonar é o nosso amado Cantor Cristão. Eu acredito que os hinos do Cantor Cristão nos trás maravilhosas e gratificantes mensagens, e certamente foram escritas e deixadas a nós, por homens inspirados pelo Espírito Santo de Deus, em seus momentos de angústias e tribulações; e também em momentos dos quais precisavam tomar decisões que dependiam só e unicamente da vontade de Deus.
Não se trata de um substituto da Palavra de Deus, mas é sim, sem dúvida alguma, um complemento que nos fala do verdadeiro amor de Cristo, dos verdadeiros cristãos, das nossas falhas, do modo como devemos proceder estando na posição de servos livres do Senhor, de como podemos ser santos. São hinos extraídos e baseados na Palavra de Deus.
A 36ª edição é histórica, pois pela primeira vez o Cantor Cristão saiu completamente documentado e com vários índices que farão dele um hinário muito mais útil.
Nos fins do ano de 2004, quando a JUERP começou a programar a celebração que deveria marcar o ano de 2007, com o centenário da Convenção Batista Brasileira, esta direção resolveu encomendar à sua área de música, uma nova edição do "Cantor Cristão", edição 37ª, pois afinal, 35 anos teriam se passado desde a última revisão feita.
Que o Cantor Cristão seja útil para o engrandecimento do evangelho nesta grande nação brasileira.
1ª. edição – 1891 - com 16 hinos lançada em julho/agosto de 1891, em Recife (PE).
2a. edição – 1891 - Com 23 hinos, lançada em novembro de 1891, em Salvador (BA).
4ª. edição – 1893 - Com 63 hinos, lançada em Niterói (RJ), em setembro de 1893.
5a. edição – 1894 - com 113 hinos, impressa na Tipografia Evangélica Batista, em Salvador (BA)
6ª. edição – 1896 - Ginsburg trabalhou em Campos (RJ) de outubro de 1893 a setembro de 1900. Com 153 hinos, lançada em Campos (RJ).
7ª. edição – 1898 - com 210 hinos, impressa na Tipografia "As Boas Novas", em Campos (RJ).
8ª. edição – 190l - lançada com os 210 hinos da 7ª. edição, acrescida de 15 hinos de Ira David Sankey (1840-1908); esgotada em setembro de 1902.
9ª. edição – 1902 - com 224 hinos. No prelo, em setembro de 1902; lançamento anunciado para dezembro de 1902; esgotada em agosto de 1903.
10ª. edição – 1903 - Editada pela Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro (DF), com 225 hinos. Os exemplares do "Cantor Cristão" foram depositados nas residências dos missionários J. J. Taylor, A. L. Dunstan, Z. C. Taylor, S. L. Ginsburg, Eurico Nelson e J. E. Hamilton.
11a. edição – 1907 - Desde outubro de 1906 preparada por Ginsburg em Recife (PE), que solicitou aos leitores de OJB hinos novos para o "Cantor Cristão". Com 300 hinos e respectivo índice, pronta para impressão em fevereiro de 1907; lançada em junho de 1907, por ocasião da organização da Convenção Batista Brasileira; quase esgotada em fevereiro de 1910; de Recife (PE) foi enviada ao Rio de Janeiro (DF) para ser impressa na Casa Publicadora Batista. De 1900 até outubro de 1909, Ginsburg trabalhou no campo batista pernambucano.
12. edição – 1911 - Durante os dez primeiros anos de OJB (1901-1911) somente a letra dos hinos era publicada. No início da década de 1910 começaram a surgir as letras com as respectivas músicas, enquanto não era possível publicar a edição musicada do "Cantor Cristão", o que só aconteceria em 1924.
Com 400 hinos, preparada por Ginsburg, em Salvador (BA), desde janeiro de 1910. Com os lucros da edição, Ginsburg planejava publicar o "Cantor Cristão com Música". Ficou a 12ª. edição pronta para impressão em fevereiro de 1911. Em março deste ano, foi lançado um "Suplemento", com 70 hinos, anunciado em "A Mensagem", p. 29. Editada em Salvador (BA), mas impressa no Porto (Portugal), com índice dos assuntos, a 12ª. edição foi distribuída na assembléia da Convenção Batista Brasileira, em Campos (RJ), em junho de 1911, quando Ginsburg foi eleito relator da Comissão de Elaboração da edição musicada do hinário, integrada por W. E. Entzminger, O. P. Maddox, E. Paranaguá e A. Joyce. A Convenção Batista Brasileira adotou oficialmente o "Cantor Cristão" como hinário da Denominação Batista no Brasil. O "Cantor Cristão com Música" seria impresso na Alemanha, num formato semelhante ao do "Salmos e Hinos".
Ginsburg tinha informado, no periódico da Comissão de Evangelização da Bahia ("A Mensagem", p. 46) que os originais da 12ª. edição achavam-se nas oficinas gráficas em Portugal e comentou: " ... os hinos passaram ao cadinho de uma crítica rigorosa e, desse modo, estão, sob o ponto de vista doutrinário, dignos de apreciação ... as métricas e linguagem dos hinos correspondem a toda expectativa ... o belo arranjo do índice de assuntos auxiliará muito aos diretores das reuniões".
Em 20 anos (1891-1911) foram vendidos 65 mil exemplares do "Cantor Cristão" para 10 mil membros em 140 igrejas batistas existentes no Brasil. Na década 1911-1920 dobrou o número de batistas no Brasil. A década de maior crescimento numérico dos Batistas correspondeu à década de maior número de letras e/ou músicas de hinos publicadas em "O Jornal Batista" ! Em 1920, a tiragem semanal de OJB era de 5 mil exemplares!
13ª. edição – 1912 - Em fevereiro de 1912, Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927) foi a Portugal para contratar com a Tipografia "Mendonça" (Porto, Portugal) a impressão desta edição.
14ª. edição – 1914 - Enquanto não ficava pronta, foi lançado um folheto com 42 hinos no vos. Editada com 450 hinos no Rio de Janeiro (DF), mas impressa no Porto (Portugal). Pela segunda vez, o "Cantor Cristão" continha índice de assuntos.
Na assembléia da Convenção Batista Brasileira, no Rio de Janeiro, em junho de 1914, foi distribuído um "Souvenir" com hinos publicados em "O Jornal Batista". Nessa assembléia foi eleita a Comissão do Hinário: S. L. Ginsburg, W. E. Entzminger e O. P. Maddox; revisores gramaticais: Adalbert Nicholl e Amelia Joyce; Ginsburg reeleito para a relatoria; eles confessaram: "ainda não é o que almejávamos que fosse".
Foi anunciada a impressão do "Cantor Cristão com Música", a ser lançado na assembléia da CBB em 1915; a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) prejudicou os planos de Ginsburg.
15ª. edição – 1917 - Anunciado o lançamento para o fim do ano de 1916 ou princípio de 1917. Ginsburg afastou-se da Comissão do Hinário, possivelmente por discordar de Entzminger a respeito da edição do "Cantor Cristão com Música"; eles trabalharam juntos (1914-1920) na administração da Casa Publicadora Batista, mas nem sempre concordaram na elaboração do hinário.
16ª. edição – 1918 - Preparada em plena Primeira Guerra Mundial. Impressa com 500 hinos nas oficinas gráficas da Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro (DF). Esgotada em outubro de 1919.
17a. edição – 1921 - A CBB tinha convidado, em 1920, Manoel Avelino de Souza, Ricardo Pitrowsky e Emma Paranaguá para a revisão das letras dos hinos e a publicação desta edição; com a substituição de E. Paranaguá por W. E. Entzminger, foi feita nova revisão. Continha 571 hinos. Foram impressos 15 mil exemplares. Lançada em março de 1921; esgotada em dezembro de 1922.
18a. edição – 1924 - Precedida pela coletânea de hinos evangelísticos, a ser usada até a publicação da 18ª. edição, esta estava em preparo desde 1922; continha só letras de 578 hinos. Impressa e lançada no Rio de Janeiro (DF).
1a. edição com música – 1924 - Planejada durante 13 anos (1911-1924). Em 1922 foram comprados os tipos com sinais musicais. A Casa Publicadora Batista encarregou Ricardo Pitrowsky de preparar a la. edição com música; ele apresentou proposta de emendas das letras dos hinos. Desde 1922 estava sendo impressa, por partes, nas oficinas gráficas da CPB, no Rio de Janeiro (DF). Continha 578 hinos. Em fevereiro de 1923 foi lançado o primeiro fascículo, com 51 hinos.
2ª. e 3ª. edições com música – 1930 e 1935 - Como ensinou Henriqueta Rosa, "edição é o lançamento de uma obra; se esta sofrer revisão e/ou acréscimo, e for reeditada, será uma nova edição; porém, se se tratar de uma simples reimpressão em tudo idêntica à anterior, sem qualquer alteração, será denominada tiragem". Por não termos em mãos estes hinários de 1930 e 1935, não estamos em condições de saber se eram realmente edições ou tiragens.
28ª. e 29ª. edições – 1941 e 1954 - Idem, em relação aos hinários de 1930 e 1935.
30ª. edição – 1956 - Ainda com 578 hinos, editada pela Casa Publicadora Batista e impressa em suas oficinas gráficas (Rua Silva Vale, 781, Tomaz Coelho), no Rio de Janeiro (DF).
31ª. edição – 1958 - Conforme determinação da assembléia convencional de 1958, foi distribuída entre líderes da CBB para apreciação em caráter experimental. Editada e impressa pela Casa Publicadora Batista. A Comissão Revisora (Manoel Avelino de Souza, Ricardo Pitrowsky, Moysés Silveira e Alberto Portella) propôs à CBB que no "Cantor Cristão" fossem conservados 460, sendo suprimidos 118 hinos da 18ª. edição (1924); a revisão não foi bem recebida; durante 13 anos (1958-1971), o "Cantor Cristão" ficou praticamente intocado e desconhecido pelo público batista.
32a. e 33ª. edições - Entre 1958 e 1963, houve circulação restrita aos líderes da Convenção Batista Brasileira.
34ª. edição – 1964 - Com 580 hinos, tendo sido elaborada por Manoel Avelino de Souza e Ricardo Pitrowsky, foi revista por Werner Kaschel, José dos Reis Pereira e Mário Barreto França, em janeiro de 1963, para corrigir a linguagem e atualizar a ortografia. Impressa pela CPB no Rio de Janeiro.
35ª. edição - Não sabemos se era realmente uma edição ou uma tiragem. As sucessivas impressões, que alteraram os textos dos hinos, talvez não possam ser consideradas edições. Em 1968, Joan Riffey Sutton fez intensa pesquisa hinológica.
36a. edição – 1971 - Elaborada pela Comissão integrada, até 1962, por Manoel Avelino de Souza (1886-1962) e Ricardo Pitrowsky (1891-1965), foi revista por Werner Kaschel, José dos Reis Pereira e Mário Barreto França, assessorados por Bill Ichter na parte da documentação. Continha 581 hinos. Editada pela JUERP e impressa na CPB, no Rio de Janeiro (RJ). Características: acréscimo de índices e documentação hinológica.
Na "Apresentação", redigida em julho de 1971, Bill Ichter informou: "os hinos estão todos com ortografia atualizada". A lei no. 5.765, sancionada em 18 de dezembro de 1971, aprovou alterações na ortografia da língua portuguesa. Observação: com a supressão de quatro hinos e adaptação na letra de 17 hinos, a 36ª. edição do "Cantor Cristão" foi adotada, em 1974, pela Convenção Baptista Portuguesa.
4ª. edição com música – 1971 - Publicada sob a supervisão do Departamento de Música da JUERP, dirigido por Bill Ichter, que foi auxiliado por Henriqueta Rosa Fernandes Braga, Antônio Azeredo Coutinho e Ivo Augusto Seitz. Impressa pela CPB. Continha 581 hinos e 8 índices. Reproduzia as músicas e as letras da 34ª. edição (1964). Características: correção da harmonia e introdução de novos termos musicais e novos cabeçalhos.
37ª. edição – 2007 - Editada pela JUERP (Rio de Janeiro, RJ) e impressa pela Geográfica (Santo André, SP). Contém 581 hinos. Lançada em janeiro de 2007. Preparada pela comissão integrada por Leila Christina Gusmão dos Santos (relatora), Marilene Coelho (letras) e Marcelo Yamazaki Carvalho (musicografia). Talvez a mais importante tarefa tenha sido a verificação da métrica dos hinos.
http://www.letras.com.br/#!biografia/cantor-cristao
Cantor Cristão Letras
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
HISTÓRIA DO HINO SOSSEGAI - CANTOR CRISTÃO 328 - (Mestre O Mar Se Revolta).
SOSSEGAI! (Mestre O Mar Se Revolta).
Mary Ann Baker, a autora deste lindo hino nasceu em 16 de setembro de 1831. A tuberculose ceifou a vida dos seus pais e deixou-a órfã em tenra idade. Moravam em Chicago com a irmã e o irmão. Esse, um moço de excepcionais qualidades de caráter, começou a sofrer efeitos desta terrível doença. Das suas escassas economias, as duas irmãs conseguiram recursos para que ele viajasse à Flórida, na esperança de que no clima mais ameno começasse a melhoria. Não lhes foi possível acompanha lo. Tudo em vão. Em poucas semanas o mal se agravou e o rapaz faleceu, longe do aconchego da família. Não havia dinheiro para as irmãs irem ao seu enterro, nem para transportar o seu corpo para Chicago. Mary escreveu sobre esta experiência assoladora:
"Embora nosso choro não fosse 'como outros que não têm esperança' e embora tivesse crido em Cristo desde menina e desejasse sempre viver uma vida consagrada e obediente, tornei me terrivelmente rebelde a esse desígnio da divina providência. Disse no meu coração que Deus não amava a mim, nem aos meus. Mas a própria voz do meu Mestre veio aclamar a tempestade no meu coração rebelde e me trouxe a calma de uma fé mais profunda e uma confiança mais perfeita."
Foi logo depois desta maçante experiência que o Dr. Horatio Palmer solicitou a Mary Ann o preparo de um grupo de hinos sobre os assuntos das lições da Escola Bíblica da sua igreja Batista. "Um dos temas era Cristo Acalmando a Tempestade. Esta lição expressou tão vividamente a minha experiência, que este hino foi o resultado"
Nas palavras da inigualável hinóloga Henriqueta "Rosinha" Braga, a experiência de Mary Ann não apenas permitiu lhe narrar com felicidade a passagem bíblica; mais do que isto, capacitou a à expressar a profunda fé na atuação do Mestre, quando estamos prestes a submergir nas dificuldades, tristezas e impasses em que a vida nos enreda.
Imediatamente, o próprio Dr. Palmer escreveu a música para o hino, que tem beneficiado a muitos com a sua mensagem de fé. Publicou-o na sua coletânea Songs of Love for the Bible School (Cânticos de Amor para a Escola Bíblica), em 1874.
Depois disto, Mary Ann se empenhou de corpo e alma à União de Mulheres Cristãs Pela Temperança. Neste ministério teve oportunidade de observar, bem de perto, o sofrimento de irmãs, esposas e mães de alcoólatras cujas vidas naufragaram pelo degradante vício de beber. Depois de chorar com muitas destas mulheres ao lado da sepultura destes seus entes queridos, ela testificou: "Tenho chegado a sentir gratidão pelas doces memórias do meu irmão. O caminho de Deus é o melhor".
Ao saber que seu hino também estava sendo uma grande benção em outros países. Mary Ann Baker disse: "Me surpreende muito que este humilde hino tenha atravessado os mares e sido cantado em terras bem distantes para a honra do nome do meu Salvador".
Este hino logo foi incluído em outras coletâneas, Nos Estados Unidos, tornou se tão amado que, em 1881, quando o Presidente Garfield foi baleado, ficou ente a vida e a morte, e finalmente morreu, este hino foi usado repetidamente em cultos em sua homenagem. Foi neste ano que a autora também faleceu.
Sankey incluiu este hino em Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros-1881), que o difundiu ao redor do mundo. Provavelmente foi deste hinário que o saudoso missionário William Edwin Entzminger o traduziu para o português em 1903 e o incluiu no Cantor Cristão. Esta bela tradução, muito fiel à letra original, fez com que o hino se tornasse um dos favoritos dos evangélicos brasileiros, também incluído em outros hinários, como nosso Hinário Evangélico.
SOSSEGAI!
1. Ó Mestre, o mar se revolta,
As ondas nos dão pavor!
O céu se reveste de trevas,
Não temos um salvador!
Não se Te dá que morramos?
Podes assim dormir?
Se a cada momento nos vemos
Já prestes a submergir!
CORO:
"À minha palavra obedecerão:
Sossegai!
O vento em fúria, o rijo mar,
Ou a ira dos homens, o gênio do mal,
Jamais poderão a nau tragar,
Que leva o Dono da terra e Céus!
Pois todos tem de obedecer:
Sossegai! Sossegai!
Por que haveríeis vós de temer?
Sossegai!"
2. Mestre, mui grande tristeza
Me quer hoje consumir;
A dor que perturba minh'alma, ?
Vem Mestre, me acudir!
De ondas do mal tão medonhas
Como me livrarei?
Só tu podes salvar me, ó Mestre
Vem, pois, meu Senhor, meu Rei!
3. Mestre, chegou a bonança,
Em paz eis o céu e o mar!
O meu coração goza calma
Que não poderá findar.
Detém te comigo, ó Mestre,
Excelso dom do Céu,
E assim chegarei bem seguro
Ao porto, destino meu!
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